Notícias

Brasileiro não se planeja à velhice

Brasileiro não se planeja à velhice

15/04/2015

Com a expectativa de vida se esticando cada vez mais, é importante que desde jovem haja uma preparação para garantir uma aposentadoria, renda que complementa ou sustenta muitas famílias que pensaram no futuro.

Porém, de acordo com o levantamento feito pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), 57% da população brasileira não tem essa preocupação. E, segundo a pesquisa, dentre as pessoas menos escolarizadas, com até o Ensino Fundamental completo, o percentual aumenta para 62%. Segundo a economista chefe da instituição, Marcela Kawauti, o resultado negativo assusta. “É fundamental uma programação, pois na aposentadoria, além de a renda diminuir, os gastos neste período, com saúde por exemplo, são muito maiores”, afirma.

Marcela culpa o mau hábito de poupar pensando no futuro, que falta ao brasileiro, por uma questão cultural. “Todo início de ano a população sabe dos gastos já programados, mas ainda assim entra ano e sai ano e é sempre aquela preocupação das pessoas sobre como pagar já que não se planejaram”, lembra ela.

Em relação aos menos escolarizados, o professor de finanças da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras) Silvio Paixão aponta três fatores que explicam o percentual mais alto. “Falta de preparo educacional com relação às finanças; falta de renda, que diminui a capacidade de poupar; e, por último, um problema especificamente nacional, a alta inflação também dificulta o acúmulo de dinheiro.”

Tendo como cenário uma crise econômica cada vez mais instalada, Paixão prevê uma diminuição na capacidade das famílias de guardar recursos nos próximos três anos. “O pouco que as pessoas têm será consumido. A ampliação do consumo aumentou os padrões, que custarão a reduzir. Quem aprendeu a andar de carro dificilmente voltará a enfrentar o transporte público.”

RISCO

A pesquisa também informa que 59% dos jovens entre 18 e 24 anos não se preparam para a velhice. Dado bastante preocupante, analisa Marcela. “Os jovens simplesmente se esquecem que um dia precisarão da aposentadoria e acabam só pensando no momento.”

A economista também destaca que mesmo com uma renda pequena, é possível poupar se houver organização e planejamento. “Se um jovem de 25 anos começar a poupar R$ 50 por mês, aos 50 anos ele terá uma renda de quase R$ 40 mil, considerando uma hipótese de 6% de juros ao ano” exemplifica Marcela.

É importante ressaltar que não se deve contar apenas com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Dos 43% que investem no futuro, a poupança é o meio mais procurado (25%), logo depois vem a previdência privada (14%).

Para o professor da Fipecafi, na hora de poupar o mais importante é alocar o investimento de maneira que os rendimentos se autoalimentem, quando os ganhos devem superar a inflação do período. “Mas é preciso atenção à inflação da família, e não à inflação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Geralmente (os gastos das) pessoas de renda mais baixa superam o IPCA” alerta ele.

Comentários

+ enviar comentário
Imagem pré-carregadaImagem pré-carregadaImagem pré-carregadaImagem pré-carregadaImagem pré-carregadaImagem pré-carregadaImagem pré-carregadaImagem pré-carregadaImagem pré-carregadaImagem pré-carregadaImagem pré-carregadaImagem pré-carregadaImagem pré-carregadaImagem pré-carregadaImagem pré-carregadaImagem pré-carregadaImagem pré-carregadaImagem pré-carregadaImagem pré-carregadaImagem pré-carregadaImagem pré-carregada